sábado, 2 de maio de 2009

Ausência





Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
Que rio e danço e invento exclamações alegres,
Porque a ausência, essa ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.

[De Carlos Drummond de Andrade]





[...]

3 comentários:

Unknown disse...

"e a tua ausência fazendo silêncio em todo lugar"...

Rio e danço e invento exclamações alegres... viveremos e seremos felizes, guardando lembranças que ninguém nos tirará ou apagará de nós.

salve, salve a ausência de certas pessoas!

adorei o texto!

Anónimo disse...

"ninguem a rouba mais de mim"

A.b.s.o.r.vi.d.a ausência
Branca como as nuvens Q-não podemos tocar..Mas sempre lá..

Trans-Gredindo_{Eu} disse...

"Eu hj as(mim) margens e de todos os meu (eus)